sexta-feira, 26 de junho de 2009

Cap.9 Inclusão Digital como Estratégia de Enfrentamento às Políticas Neoliberais - texto de apoio à ficha de leitura

A crise é a palavra de ordem. “O modelo sócio-político-económico deixa um rasto de miséria, de desespero, de alienação profunda, de descrença nos valores mais fundamentais da vida e dos seres humanos” (Pellanda, 2008:266).
A modernidade confunde-se com o início do modo capitalista de produção onde o lucro é mais importante que as emoções, o respeito pelo ser humano e o viver em comunidade (Pellanda, 2008).
O ser humano torna-se progressivamente um ser solitário e prisioneiro do mundo economicista que o rodeia, sentindo imensas dificuldades em separar o que é benéfico do que é nefasto, afundando-se cada vez mais no consumismo e no endividamento. Cada vez mais se apela à autonomia do ser humano, no entanto este passa a sofrer controlo pelo meio que o rodeia.
O grande capital apropriou-se da microelectrónica com fins objectivos (poupança de mão-de-obra, etc.) e ideológicos. Hoje em dia, o computador potencializa a inteligência, ampliando as perspectivas do ser humano (Pellanda, 2008).
“Essa apropriação da microelectrónica pelo capital aprofunda o abismo entre ricos e pobres” (Pellanda, 2008: 271,272).
No entanto “Com as actividades com o computador podem potencializar o processo de construção conhecimento/sujeito, transformando-se em práticas emancipatórias voltadas para a formação de seres autônomos (autores) e solidários?” (Pellanda, 2008:273).
O ambiente digital com as potencialidades de escrita de si (blogues), de navegação e de pertença a uma rede, pode trazer ao ser humano a capacidade de repor as suas necessidades, ou seja, aumenta neste uma capacidade de reflexão e introspecção, concluindo de alguma forma o que foi marcante e mais ou menos construtivo na sua realização pessoal.
O sujeito leitor em suporte digital é mais activo do que o sujeito leitor em suporte escrito, devido às actividades disponíveis a nível virtual, ou seja, o meio virtual é mais atractivo. A ligação sujeito/máquina é cada vez mais forte e constitui um sistema no qual o sujeito se constrói e potencializa para um desenvolvimento cada vez mais complexo (Pellanda, 2008).
Portanto, temos que ter em atenção a relação que se vai construindo entre o homem e a máquina, e as consequências que daí advêm, tornando-se cada vez mais necessário alertar as crianças e os jovens para os benefícios e malefícios do uso das tecnologias.
Bibliografia:
PELLANDA, N. (2008). Inclusão Digital como Estratégia de Enfrentamento às Políticas Neoliberais. in Paraskeva, J & Oliveira, L. (2008). Currículo e Tecnologia Educativa II. Mangualde: Edições Pedago

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